Hipertensão arterial na terceira idade - Mudanças nos hábitos de vida
Estudo epidemiológico brasileiro
(E.M.I) demonstra que a prevalência de hipertensão arterial (HA) entre
idosos brasileiros é 65%, podendo chegar entre as mulheres com mais de
75 anos a 80%.A HA sistólica (elevação da pressão arterial máxima) é
mais frequente e parece estar mais associada a eventos cardiovasculares
que a HA diastólica (elevação da pressão arterial mínima).
Embora haja tendência de aumento da
pressão arterial com a idade, níveis de pressão sistólica acima de 140
mmHg e/ou de pressão diastólica acima de 90 mmHg não devem ser
considerados normais para os idosos.Observou-se, após seguimento médio
de 5 anos, redução média de 34% deacidentes vasculares cerebrais
(derrames cerebrais), 19% de eventos coronarianos (como o infarto do
miocárdio, por exemplo) e 23% nas mortes vasculares, após redução de 12 a
14 mmHg da pressão arterial sistólica e de 5 a 6 mmHg da pressão
arterial diastólica, nos tratados comparados com placebo
(comprimidos sem ação terapêutica).
Em pacientes acima de 80 anos com
pressão arterial sistólica acima de 160 mmHg que foram tratados com uma
meta de pressão arterial sistólica de 150 mmHg, observou-se redução de
30% em acidentes vasculares cerebrais e redução de 23% de mortes
cardiovasculares após redução de 12-15 mmHg na pressão
sistólica comparado com o grupo controle.
Mudanças nos hábitos de vida em idosos hipertensos
1- Moderar ingestão de sódio de 4-6 g /
dia: pode reduzir pressão arterial sistólica em 5 a 7 em mmHg e
diastólica em 2 a 7 mmHg.Entretanto, qualquer redução drástica de
sal
deve ser evitada, para que o idoso não desenvolva hiponatremia
(diminuição dos níveis de sódio no sangue) ou reduza sua alimentação,
com consequente desnutrição.

2- Moderar ingestão de álcool ao limite
máximo de 30 ml/ dia para homens e 15 ml para mulheres.Redução de álcool
pode reduzir a pressão arterial em aproximadamente 5 mmHg em 3 semanas.
3- Reduzir peso corporal: a expansão do
volume plasmático, resistência à insulina (hormônio que permite a
entrada do açúcar para o interior das células), hiperinsulinemia (níveis
excessivos de insulina no sangue), estímulo ao sistema nervoso
simpático, estimulação do sistema renina-angiotensina-aldosterona são
ações da obesidade sobre o organismo.Perda de 5 kg pode reduzir 5 mmHg
na pressão arterial sistólica.
4- Praticar atividade física: o
exercício regular e aeróbico pode reduzir a pressão arterial, por
diminuição da atividade simpática, em 6 a 11 mmHg em hipertensos e em 4
mmHg em normotensos. Recomenda-se caminhada de 30 a 60 minutos, 5 vezes
por semana.Após 2 semanas de interrupção da atividade física, os efeitos
benéficos sobre a pressão arterial desaparecem.
5- Ingerir quantidades adequadas de
potássio, magnésio, cálcio, fibras, e alimentos pobres em gordura
saturada. A ingestão de frutas, verduras, legumes, cereais, azeite
oliva, leite e derivados desnatados, ricos em potássio, magnésio, cálcio
e fibras, podem reduzir significantemente a pressão arterial.
6- Suspender o tabagismo: reduz
alterações do endotélio (revestimento interno das artérias) que
interferem com a manutenção da pressão arterial normal.
7- Identificar todos os medicamentos em uso pelo paciente, pois alguns deles podem elevar a pressão arterial.
Fonte: II Diretrizes em Cardiogeriatria da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
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